quarta-feira, 18 de março de 2009

GUERRA FRIA / PARTE 2?!

Há cinqüenta anos, aproximadamente, era deflagrada a guerra “mais sangrenta” que jamais aconteceu. Seu início, após a segunda guerra mundial, teve uma dicotomia política, isto é, de um lado, a onipotência capitalista, em muito, representada pelos Estados Unidos, de outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviética, (URSS) símbolo de uma utopia outrora denominada socialismo. A Guerra Fria, nome pelo qual ficou conhecido o “embate” entre as duas potências, aterrorizou o século passado, de forma que, em determinada época, os países “envolvidos” possuíam armamentos suficientes para acabar com o mundo por, pelo menos, dez vezes.


Ontem (17/03), alguns veículos de comunicação da Rússia informaram que o presidente do país pretende investir U$ 140 bilhões, até 2011, em arsenal militar, o que nos remete à consciência lógica que grande parte desse investimento se deve após o fracasso da breve guerra deflagrada contra a Geórgia, em meados de 2008. De acordo com o presidente russo, Medvedev, a aquisição de novas armas e, por consequencia, testes de mísseis intercontinentais, ocorre devido às intenções da OTAN de criar instalações armamentistas na Polônia que, diga-se de passagem, fez parte da extinta União Soviética.


Da última vez, quando os dois países travaram um embate político, os Estados Unidos saíram vencedores, pois, uma coisa é investir 1/3 do PIB de um país em armas, quando este é capitalista, isto é, possui giro de capital. Outra, totalmente diferente, é deflagrar uma corrida armamentista tendo o alicerce político sido edificado em questões socialistas (neste caso não há capital de giro, o comércio ocorre unilateralmente, de forma interna, etc.). No entanto, neste século os tempos mudaram, digo, a Rússia é um dos poucos países que não afetados diretamente pela crise global, e seu sistema político está voltado para políticas mais liberais. Por outro lado, a decadente potência estadunidense já não transmite tanto medo e, o pior, não possui o mesmo poder financeiro do primeiro confronto.


Se há o risco de algum país sair perdendo em uma possível corrida armamentista, definitivamente são os Estados Unidos. o Eir perdendo em uma corrida armamentista, definitivamente dez vezes.

o Eir perdendo em uma corrida armamentista, definitivamente dez vezes.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A INCOERÊNCIA DE BERLUSCONI

A Agência do Estado, referência nacional em notícias, publicou na última sexta-feira uma nota que me deixou intrigado. Repito, com certo pesar é claro, as informações contidas na reportagem que tive o desprezo de ler:

“O governo conservador italiano publicou nesta sexta-feira um decreto emergencial para impedir que uma mulher mantida em estado vegetativo há 17 anos tenha desconectados os tubos que a mantêm sendo alimentada artificialmente. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou que o decreto assinado hoje declara que a alimentação e a hidratação artificiais de pacientes cuja sobrevivência dependa disso ‘não podem ser suspensas sob nenhuma circunstância’”.

Publico, nesta postagem, meu desprezo sobre o pronunciamento do primeiro ministro italiano que, por consequencia de sua falta de critérios, acha que pode intervir na vida alheia, de forma que, na piada que corre o mundo, um pai não tem o direito de decidir o que é importante para sua filha.

O caso, que é constrangedor, começou em 1992, quando Eluana Englaro, após sofrer um grave acidente, entrou em coma. Englaro está na mesma situação há 17 anos, o que nos remete à consciência moral de que um pai pode e deve tomar as decisões que culminarão em um bem-estar geral, a saber: a) o primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, pensa tomar uma atitude “ética” ao impetrar um veto à decisão de um pai, no entanto, sua demagogia é fortemente ofuscada quando seu passado é colocado à tona, uma vez que o imperador ditatorial já tirou dezenas de vidas; b) qual a diferença entre estar em coma há 17 anos e repousar eternamente? Este caso é semelhante ao da polêmica gerada no Brasil, onde ocorrem sucessivos debates sobre o natimorto cerebral, isto é, um ser que não dotado de massa encefálica, ou seja, muitos debates e poucas soluções; c) se nos dias atuais, um pai não pode decidir o rumo que sua filha tomará - claro que o pensamento precisa ser relativizado -, então o conceito de democracia está embaralhado com os tempos de chumbo que, não obstante as sucessivas repressões, permanece estagnado nos alicerces italianos.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O PRELÚDIO DO EFÊMERO



O presidente estadunidense, Barack Obama, tomou conta dos noticiários globais, virando notícia com uma periodicidade incrível e, não menos importante, deixando assuntos pertinentes, como as sucessivas investidas israelenses contra os palestinos, para segundo plano. Na última quinta-feira, Obama assinou o decreto que iguala as bases salariais entre homens e mulheres, diga-se de passagem, um polêmico projeto de governo que vai contra todas as alas conservadoras do senado.

Nesta sexta-feira, o mandachuva americano assinou outros decretos de auxílios às classes médias, o que provoca mais tensão neste momento conturbado da economia mundial, uma vez que, como já discuti em outras postagens, o intervencionismo estatal, em determinados casos, produz efeitos ineficazes.

Até então, além dos decretos citados, Obama ordenou o fechamento da base de Guantánamo e, dentre outras coisas, fez o seu primeiro discurso que, curiosamente, foi concedido a uma rede de Televisão mulçumana.

Vale a pena ressaltar que o prelúdio deste governo “messiânico” já caiu em contradição, o que nos remete à consciência lógica de que os decretos, em grande parte, são apenas elementos efêmeros que, hora ou outra, serão anulados pelos ortodoxos parlamentares americanos.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O SAPATO DE CINDERELA



Você conhece a Cinderela? Eu conheço, lembro-me bem de sua história. Pobre coitada, Cinderela perdeu o seu sapato encantado, de vidro, tão bonito quanto sua face, tão pitoresco quanto sua vida. Mas nem tudo é um conto de fadas, dúvidas? Perguntem aos iraquianos sobre esta afirmação e, por conseguinte, ao ex-mandachuva estadunidense. E por falar em sapatos, você conhece Muntadar al-Zeidi?! Não?! Ora, este é o heroi iraquiano que, no ano passado, ficou conhecido por ter atirado seus sapatos no ex-presidente dos Estados Unidos, Jorge W. Bush, o que em seus país, significa uma ofensa temerosa.

Al-Zedi, jornalista e correspondente do canal de televisão Al-Baghdadia, não atirou somente um sapato no ex-presidente estadunidense, na verdade foram dois, mas o que quero dizer está estritamente interligado com o sentimento iraquiano perante as investidas americanas naquele país.

O jornalista, além de ter ganhado notoriedade no âmbito mundial, recebeu, nesta quinta-feira, uma homenagem de Shaha al-Juburi que, curiosamente, criou uma escultura de bronze no formato de um sapato para prestigiar al-Zeidi. A frase "isso é um presente para a família de Muntazer al-Zeidi, um herói, cujo gesto ajudou o povo iraquiano a sentir orgulho" foi gravada em uma placa metálica. A escultura foi erguida na cidade de Tikrit e, cedo ou tarde, receberá turistas de todo o mundo.

Se o novo presidente estadunidense, Barack Obama, seguir os mesmos moldes do governo que o antecedeu, este idealizado por Bush, certamente a demanda por sapatos crescerá consideravelmente.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ORA, OBAMA, E A PAZ?!




O presidente estadunidense, Barack Hussein Obama, entrou, pela primeira vez, em contradição com suas propostas governamentais. De acordo com o líder americano, os alicerces de seu governo seriam focados em obter paz, em potencial, no Oriente Médio. No entanto, na última terça-feira, o mandachuva permitiu que cerca de cinco mil soldados americanos desembarcassem no Afeganistão, ou seja, com os novos “reforços”, os estadunidenses possuem aproximadamente sessenta mil militantes em uma suposta guerra contra o terrorismo.

Entendo que, em algumas ocasiões, a melhor maneira de se obter paz é através da guerra, porém, soa com certa ironia um presidente se eleger com promessas que visam o término das guerras, estas deflagradas pelo Bushismo, que já custaram algo em torno de um trilhão de dólares aos contribuintes estadunidenses, e permitir que novos soldados desembarquem em solo afegão. Mas, aparentemente, a seriedade nunca foi uma qualidade da inovação, o que gera uma gama de discussões sobre a Obamamania que, até então, acredita que o novo líder americano é a salvação mundial, ora, que poder de mudança tem um conservador que sequer consegue cumprir suas promessas de governo?

CRISE QUE SEGUE



O primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que aconteceu nesta quarta-feira, ficou conhecido como uma data histórica, em que líderes do âmbito internacional pediram o aumento do intervencionismo estatal, isto é, não obstante as recentes lições sobre intervenções mal sucedidas, eles ainda não aprenderam. Um forte exemplo sobre a afirmação anterior está interligado aos sucessivos pacotes lançados, em potencial por EUA e UE, afinco de reavivar o mercado. Embora as potências mundiais tenham injetado bilhões de dólares, os efeitos foram pífios.

O FEM terminará em quatro dias, período em que os líderes debaterão sobre temas relevantes à economia global. A esperança que fica está ancorada em melhores observações e, quem sabe, idéias menos ortodoxas, uma vez que fica comprovado: o intervencionismo estatal tende a tornar-se uma bola de neve que apenas permeia os problemas.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A CARTINHA DE MORALES




O cacique boliviano, Evo Morales, está mais do que satisfeito com a aprovação da nova constituição de seu país. Embora o percentual do “sim” tenha ficado aquém do esperado, algo em torno de 60%, o resultado obtido nas urnas favoreceu, e muito, o atual líder da tribo.

A cartinha de Morales é polêmica, pois, faz com que indígenas tenham uma participação mais efetiva na vida do país, de forma que até cotas para parlamentares oriundos de povos indígenas serão estipuladas. De acordo com a nova constituição, cada comunidade indígena terá o seu próprio tribunal, este será dotado de autonomia para deliberar sobre qualquer assunto relevante à tribo, isto é, reflexos de onipotência e onipresença.

Outro conteúdo polêmico permite a reeleição de um líder tribal, o que atualmente é estritamente proibido. O cacique boliviano certamente está pensando nas próximas eleições, uma vez que sua popularidade no país cresce a cada dia. Inclusive, fontes da tribo revelam que a pretensão de Morales é antecipar as eleições, afinco de evitar sua ida às urnas em 2010.

Sobre a Coca, o texto tem a dizer “que o Estado protege a coca originária e ancestral como patrimônio cultural, recurso natural renovável e fator de coesão social". Creio que se a regulamentação for bem utilizada, pelo menos este problema será, parcialmente, resolvido, principalmente se a proteção especial que a nova constituição prega for aplicada à risca.

De agora em diante, é concedido ao boliviano "o direito irrenunciável e imprescritível sobre o território de acesso ao Oceano Pacífico" – na Guerra do Pacífico, que durou de 79/84, a Bolívia perdeu sua saída para o mar, hoje este espaço territorial pertence aos chilenos -, a afirmação anterior nos remete a um dilema moral e ético, digo, o que os chilenos pensam sobre esta imposição da tribo vizinha?! Certamente as relações diplomáticas entre os dois países serão fortemente abaladas.

Por fim, o cacique boliviano estabelece que o Estado seja Laico, isto é, o catolicismo não será mais a religião oficial do país, no entanto, não pretendo debater sobre este assunto, uma vez que a discussão sobre religião sempre é permeada por um jogo de interesses que, hora ou outra, culmina em um único ideal; poder.