Há cinqüenta anos, aproximadamente, era deflagrada a guerra “mais sangrenta” que jamais aconteceu. Seu início, após a segunda guerra mundial, teve uma dicotomia política, isto é, de um lado, a onipotência capitalista, em muito, representada pelos Estados Unidos, de outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviética, (URSS) símbolo de uma utopia outrora denominada socialismo. A Guerra Fria, nome pelo qual ficou conhecido o “embate” entre as duas potências, aterrorizou o século passado, de forma que, em determinada época, os países “envolvidos” possuíam armamentos suficientes para acabar com o mundo por, pelo menos, dez vezes.
Ontem (17/03), alguns veículos de comunicação da Rússia informaram que o presidente do país pretende investir U$ 140 bilhões, até 2011, em arsenal militar, o que nos remete à consciência lógica que grande parte desse investimento se deve após o fracasso da breve guerra deflagrada contra a Geórgia, em meados de 2008. De acordo com o presidente russo, Medvedev, a aquisição de novas armas e, por consequencia, testes de mísseis intercontinentais, ocorre devido às intenções da OTAN de criar instalações armamentistas na Polônia que, diga-se de passagem, fez parte da extinta União Soviética.
Da última vez, quando os dois países travaram um embate político, os Estados Unidos saíram vencedores, pois, uma coisa é investir 1/3 do PIB de um país em armas, quando este é capitalista, isto é, possui giro de capital. Outra, totalmente diferente, é deflagrar uma corrida armamentista tendo o alicerce político sido edificado em questões socialistas (neste caso não há capital de giro, o comércio ocorre unilateralmente, de forma interna, etc.). No entanto, neste século os tempos mudaram, digo, a Rússia é um dos poucos países que não afetados diretamente pela crise global, e seu sistema político está voltado para políticas mais liberais. Por outro lado, a decadente potência estadunidense já não transmite tanto medo e, o pior, não possui o mesmo poder financeiro do primeiro confronto.
Se há o risco de algum país sair perdendo em uma possível corrida armamentista, definitivamente são os Estados Unidos.
