O cacique boliviano, Evo Morales, está mais do que satisfeito com a aprovação da nova constituição de seu país. Embora o percentual do “sim” tenha ficado aquém do esperado, algo em torno de 60%, o resultado obtido nas urnas favoreceu, e muito, o atual líder da tribo.
A cartinha de Morales é polêmica, pois, faz com que indígenas tenham uma participação mais efetiva na vida do país, de forma que até cotas para parlamentares oriundos de povos indígenas serão estipuladas. De acordo com a nova constituição, cada comunidade indígena terá o seu próprio tribunal, este será dotado de autonomia para deliberar sobre qualquer assunto relevante à tribo, isto é, reflexos de onipotência e onipresença.
Outro conteúdo polêmico permite a reeleição de um líder tribal, o que atualmente é estritamente proibido. O cacique boliviano certamente está pensando nas próximas eleições, uma vez que sua popularidade no país cresce a cada dia. Inclusive, fontes da tribo revelam que a pretensão de Morales é antecipar as eleições, afinco de evitar sua ida às urnas em 2010.
Sobre a Coca, o texto tem a dizer “que o Estado protege a coca originária e ancestral como patrimônio cultural, recurso natural renovável e fator de coesão social". Creio que se a regulamentação for bem utilizada, pelo menos este problema será, parcialmente, resolvido, principalmente se a proteção especial que a nova constituição prega for aplicada à risca.
De agora em diante, é concedido ao boliviano "o direito irrenunciável e imprescritível sobre o território de acesso ao Oceano Pacífico" – na Guerra do Pacífico, que durou de 79/84, a Bolívia perdeu sua saída para o mar, hoje este espaço territorial pertence aos chilenos -, a afirmação anterior nos remete a um dilema moral e ético, digo, o que os chilenos pensam sobre esta imposição da tribo vizinha?! Certamente as relações diplomáticas entre os dois países serão fortemente abaladas.
Por fim, o cacique boliviano estabelece que o Estado seja Laico, isto é, o catolicismo não será mais a religião oficial do país, no entanto, não pretendo debater sobre este assunto, uma vez que a discussão sobre religião sempre é permeada por um jogo de interesses que, hora ou outra, culmina em um único ideal; poder.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
A CARTINHA DE MORALES
Postado por Marco Aurélio Ribeiro às 14:03
Assinar:
Postar comentários (Atom)

0 comentários:
Postar um comentário